Uma em cada três crianças vive com excesso de peso ou obesidade.
São dados de 2024 e por isso mesmo não deixam de ser preocupantes.
As razões, já muito discutidas, são na sua maioria conhecidas pelos pais portugueses e envolvem a criança, a família, o ambiente e não só.
A criança por si só, não ganha peso porque quer ou porque é descuidada. Fatores genéticos, endocrinológicos e a forma como a sociedade está hoje organizada, facilita a que a criança ganhe peso.
O acesso facilitado a alimentos processados calóricos e baratos e o dia-a-dia agitado dos pais que muitas vezes não conseguem planear atempadamente as refeições, fazem com que muitas vezes seja mais fácil e prático recorrer a refeições pré-preparadas – ricas em gordura, açúcar ou sal – do que a refeições feitas em casa.
Em paralelo às mudanças de alimentação, o avanço do sedentarismo e da substituição de brincadeiras ativas e de rua por atividades mais passivas dentro de casa também ajudam ao aumento da obesidade infantil.
Para romper com este ciclo, o envolvimento familiar em medidas tão simples são essenciais:
Promover hábitos alimentares saudáveis, através de refeições e lanches nutritivos feitos em casa. Isso inclui frutas, legumes, grãos integrais e proteínas com pouca gordura.
Incentivar as crianças a envolverem-se em atividades físicas regulares, estimulando-as a descobrir um exercício de que gostem – natação, ginástica, surf, futebol, etc. – e a participar mais nas tarefas domésticas. As famílias também podem participar em conjunto, fazendo caminhadas ou andando de bicicleta. Limitar o tempo em suportes digitais e incentivar brincadeiras ao ar livre também promovem um estilo de vida ativo.

Criar um ambiente favorável em casa ao ter disponível como opção alimentos saudáveis. Em simultâneo, limitar o acesso a bebidas açucaradas (refrigerantes sem qualquer valor nutricional) e lanches de alto teor calórico.
Fazer as refeições em família oferece a oportunidade de reformular comportamentos alimentares e promover uma dinâmica familiar positiva.
Fornecer apoio emocional ao incentivar a imagem corporal positiva e a autoestima e evitando comentários negativos sobre o peso corporal.
O excesso de peso entre as crianças é um grave fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, como hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes tipo 2, doença coronariana, apneia do sono e alguns tipos de cancro.
Dar, por isso, o exemplo em casa como pais é o primeiro passo para contrariar as estatísticas. Para ajudar na confecção das refeições, a melhor dica mesmo é os pais orientarem-se pela Roda dos Alimentos, que os ajuda a escolher e a combinar os alimentos que devem fazer parte da alimentação diária!
